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segunda-feira, 15 de março de 2010

Bento XVI: infortúnios, ocasiões para refletir

Hoje durante a oração do Angelus

CIDADE DO VATICANO, domingo, 7 de março de 2010 (ZENIT.org).- Apresentamos a seguir as palavras pronunciadas hoje pelo Papa Bento XVI, ao introduzir a oração mariana do Angelus, na praça de São Pedro.

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Caros irmãos e irmãs,

a liturgia deste terceiro domingo de Quaresma nos apresenta o tema da conversão. Na primeira leitura, trata do Livro do Êxodo, de Moisés, que enquanto pastoreava ovelhas, vê uma sarça em chamas que não se consumia. Ele se aproxima para observar o prodígio, quando uma voz o chama pelo nome, convocando-o a tomar consciência de sua própria indignidade e ordenando-lhe que tirasse as sandálias, porque aquele é um lugar santo.

“Eu sou o Deus de teu pai” – grita a ele a voz – “o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacó”; e acrescenta: “Eu sou aquele que sou” (Ex 3,6a.14).

Deus se manifesta das mais diversas maneiras na vida de cada um de nós. Para poder reconhecer sua presença, no entanto, é necessário que nos acheguemos a Ele conscientes de nossa miséria e com profundo respeito. Do contrário, nos tornamos incapazes de encontrá-lo e de entrar em comunhão com Ele. Como escreve o apóstolo Paulo, esta história nos é contada como uma advertência: nos lembra de que Deus se revela não para os astutos ou auto-suficientes, mas sim àquele que se apresenta pobre e humilde diante Dele.

Em uma passagem do Evangelho, Jesus é interpelado a respeito de alguns acontecimentos trágicos: o assassinato, no interior do templo, de alguns Galileus por ordem de Pôncio Pilatos, e o desabamento de uma torre sobre alguns transeuntes (cfr Lc 13,1-5). Em face à conclusão fácil de considerar tais eventos uma punição divina, Jesus restitui a verdadeira imagem de Deus, que é bom e não pode desejar o mal, advertindo contra a ideia de que estes infortúnios teriam origem na conduta dos que sofrem, afirmando: “Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que qualquer outro galileu, por terem sofrido tal coisa? Digo-vos que não. Mas se vós não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo.” (Lc 13,2-3).

Jesus convida a fazer uma leitura diferente daqueles fatos, posicionando-os na perspectiva da conversão: os infortúnios, os eventos trágicos, não devem despertar em nós sentimentos de culpa, mas devem representar ocasiões para refletir, para superar a ilusão de que é possível viver sem Deus, e reforçar, com a ajuda do Senhor, nosso empenho em mudar nossas vidas.

Diante do pecado, Deus se revela pleno de misericórdia, e não deixa de chamar os pecadores a evitarem o mal, a crescerem em seu amor e a ajudarem concretamente o próximo em necessidade, para assim viverem a alegria da graça e não irem de encontro à morte eterna. Mas a possibilidade de conversão exige que aprendamos a interpretar os fatos da vida na perspectiva da fé, animados pelo temor a Deus. Em face do sofrimento e do luto, a verdadeira sabedoria está em reconhecer a precariedade da existência e ler a história humana com os olhos de Deus, o qual, desejando sempre o bem a seus filhos, por um desígnio inescrutável de seu amor, permite às vezes que estes sejam provados pela dor, para que possam ser conduzidos a um bem maior.

Caros amigos, oremos a Maria Santíssima, que nos acompanha em nosso itinerário quaresmal, para que ajude cada cristão a retornar ao Senhor com todo o coração. Que suporte nossa decisão de renunciar ao mal e de aceitar com fé a vontade de Deus em nossa vida.

[Traduzido por ZENIT]

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Após a conclusão da oração do Angelus, o Papa cumprimentou os diversos grupos de fiéis e peregrinos presentes em vários idiomas. Em português, ele disse:

"Saúdo cordialmente a todos os peregrinos de língua portuguesa, de modo particular aos fiéis paroquianos de Santo António de Nova Oeiras, no Patriarcado de Lisboa, desejando que esta vinda a Roma vos confirme na fé e na necessidade de a transmitir aos outros, porque é dando a fé que ela se fortalece. A Santíssima Virgem guie maternalmente os vossos passos. Acompanho estes votos, com a minha Bênção Apostólica."

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